sábado, 13 de março de 2010

Absinto


Doses de absinto




Estou cheio de nada

estou cheio do nada que nunca se completa

estou vazio desse todo que me preenche

estou querendo o querer do que não me quer

estou flertando com a dor

que é tudo que me resta quando fecho a porta

doses de absinto rolam goela a baixo

doses de loucura em meu corpo trancado

Quem nunca sentiu a dor de um vagabundo

que é traído pela sorte, esquecido pela vida

acariciado pela suas feridas que são lambidas,

pois é sua amarga e única companheira,

a cúmplice fiel...

Mas não me julgue mal

são só letras que os cegos vão julgar desnecessárias

por que a “perfeição” é sua aliada

em seus castelos de areia

todos tem castelos de areia

Antes mesmo de respirar me jogam uma pedra

Antes mesmo de sair ponho a mascara,

A mascara do “tudo bem”

A hipocrisia é vomitada pelos becos

Dessa cidade quente mas fria

Só me restam

doses de absinto que rolam goela abaixo

doses de loucura em meu corpo trancado



Edy Petaccia









4 comentários:

Unknown disse...

muito bom. perfeito.

Drika L.S. disse...

"Castelos de areia, cabelos castanhos, estranhos sinais, eu trago comigo os estragos da noite..." esse seu texto me fez lembrar dessa canção do Humebrto Gessinger...só que de forma dissecada, bem profundo. Vc vai longe garoto! gostei de ver!!!^^

Edri Figueirêdo disse...

assinando em baixo do coment de drika, bem profundo!!

ah e eu te achei em um e-mail que ela me mandou ^^
bj

Barbara disse...

E quem nunca bebeu dose amargas de vida e usou a mascara do tudo bem...
Profundo.
Parabéns.

Quem sou eu

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Jequié, Bahia, Brazil
Compositor, vocalista, amante da arte, gosto de escrever e conversar com um velho amigo,que são raros como um vinho centenário e as vezes comuns como um vinho vagabundo, apesar das contradições o importante está mesmo é em se embriaagar de vida.